Gostaríamos de apresentar, através do texto abaixo, algumas respostas para as perguntas mais frequentes entre síndicos e donos de pequenos comércios que utilizam gás combustível no seu dia a dia.
Quais os cuidados necessários para manter a rede de gás em segurança?
Primeiramente, é bom sempre fazer uma análise visual das tubulações, conexões e os equipamentos que compõe a rede por completo. É sempre bom correr toda a extensão das tubulações, inclusive, verificar a parte superior da tubulação, aonde acumula sujeira que, é uma das causadoras da oxidação (ferrugem), mesmo nos locais mais altos. A limpeza das tubulações com água, ou pano úmido, faz com que as tubulações tenham aumentada a longevidade da integridade delas e, consequentemente, aumentam a segurança de toda instalação.
Verifique o estado dos tanques da central de gás. Apesar de estes serem de responsabilidade da fornecedora de gás, você pode detectar algo que os técnicos não tenham notado na hora do reabastecimento (no caso do fornecimento a granel), ou, na troca dos cilindros (quando for abastecido por cilindros retornáveis).
Verifique se a pressão que está marcando no manômetro do quadro de manobra é de 1,5kgf/cm², que é a pressão limite de fornecimento para a rede que vai para dentro do condomínio. Se a pressão estiver maior, pode ser apenas que o regulador de primeiro estágio esteja desregulado, ou mesmo, uma avaria permanente deste regulador, assim, avise a fornecedora de gás sobre isto, ou chame uma empresa especializada.
Dentro dos abrigos de medidores, verifique a validade dos reguladores de segundo estágio. Estes possuem validade de 5 anos e isto deve ser seguido pois, estes equipamentos reduzem a pressão de 1,5 kgf/cm², que vem da central de gás, para 0,028 kgf/cm², ou seja, reduzem a pressão cerca de 53 vezes a pressão de entrada. Caso este equipamento apresente problema, ele pode deixar passar a pressão de 1,5 kgf/cm² para o fogão e/ou aquecedor, que está preparado para trabalhar com pressão de 0,028 kgf/cm², o que pode danificar o equipamento e, até mesmo, causar um grave acidente ao usuário.
Os medidores de gás também apresentam validade. Isto porque o INMETRO determina que, nenhum medidor deve ficar operando por mais que 10 anos sem que seja verificada sua calibração. Como a retirada deste medidor instalado para enviar à um laboratório credenciado demandaria o custo da mão de obra para retirada, embalagem, frete, o custo da calibração e, ainda, fazer todo o caminho de volta para instalá-lo, é muito menos custoso a substituição por um novo. Assim, como queremos que a bomba de combustível do posto que abastecemos esteja medindo corretamente o combustível que iremos pagar, também devemos querer que o medidor esteja medindo corretamente já que este serve para ratear a conta do gás pelos usuários.
É sempre bom, também, atentar aos condôminos que as mangueiras que usamos para interligar os fogões têm validade de 5 anos, desta forma, o síndico pode aconselhar os condôminos a verificar e fazer a troca deste material.
É sempre recomendável a inspeção visual em toda a extensão da rede de gás e, no caso de dúvida, chamar uma empresa especializada no assunto.
Quais os problemas mais comuns que surgem nos condomínios relacionados ao gás?
Os problemas mais comuns são os vazamentos e a má operação dos reguladores e medidores de gás. Para os vazamentos recomendamos o conserto ou a troca da tubulação ou mesmo. Há hoje em dia tecnologia de aplicação de resina selante em pequenos vazamentos de ramais de apartamentos que têm dados ótimos resultados e eliminado a dor de cabeça de te que quebrar o piso para sanar o vazamento.
Já a má operação dos reguladores de pressão, que podem impedir a passagem do gás, ou mesmo, deixar passar uma pressão bem mais alta para os fogões e aquecedores, estes, recomendamos a substituição, por serem peças baratas. Um medidor também pode impedir a passagem de gás quando ele está danificado, daí, também tem que ser trocado. Quando um medidor de gás apresenta embaçamento no mostrador, este deve ser substituído, porque, isto indica que o gás passou da câmara de passagem para a parte chamada de “relojoaria”, o que não pode ocorrer na operação normal. Logo, este medidor estará deixando passar gás para o meio externos, ocasionando cheiro de gás no corredor.
Testes de estanqueidade, quando fazer, qual a periodicidade?
O teste de estanqueidade deve ser feito sempre que houver cheiro de gás, que indica que há vazamento e que deve ser sanado o mais rápido possível.
Recomenda-se, mesmo quando não há ocorrência de cheiro de gás, a fazer o teste de estanqueidade a cada 5 anos. Atento que, tubulações de grandes extensões, ou de grandes diâmetros, o teste de apenas 1 hora muitas vezes não garante que a tubulação esteja estanque pois, pequenos vazamentos serão percebidos apenas com muito mais tempo de teste. Assim, para estes casos, recomendamos de 4 à 8 horas de teste.
Para ramais de apartamentos, recomendamos também a execução do teste de estanqueidade quando há cheiro de gás, que é o indicativo de vazamento, ou, há cada 5 anos.
Onde e como é feito? Também deve ser feito nos ramais?
O teste de estanqueidade deve ser feito mais frequentemente na rede primária, que é a parte da instalação de gás (tubulações e conexões) que saem do quadro de manobra da central de gás e vai até o registro de fecho rápido, que é o registro que fecha o gás para o apartamento. Este registro deve ser sempre instalado antes do regulador de pressão de 2º estágio. Digo isto porque vemos em muitos condomínios este registro ser instalado depois do regulador, o que não está correto conforme a norma do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. Esta parte da rede recomendamos sim testar a cada 5 anos.
Recomendamos fazer o teste nos ramais quando há suspeita de vazamento, ou seja, quando o morador sente cheiro de gás e já foi constatado que não há vazamento nas conexões entre o registro do fogão/aquecedor e o equipamento. Também, recomendamos executar os testes nos ramais de apartamentos com uma certa periodicidade, não há nada específico na norma, porém, um prédio com 10 anos, recomendamos fazer também nos ramais dos apartamentos e, a cada 5 anos subsequentes.
O que pode causar vazamento?
Vários são os fatores que podem causar vazamento nas instalações de gás, são eles: falta de proteção anticorrosiva da tubulação quando instalada subterrânea (essa é a mais frequente); falta de aperto, ou de vedação, na instalação das conexões; trincas nas conexões ocasionadas por excesso de aperto; má conservação da tubulação e seus acessórios; dentre outros.
Por isso, recomendamos sempre uma verificação visual e um cuidado com as instalações de gás. As pessoas não dão tanta importância na manutenção até terem um problema e que, muitas vezes, acabam tendo que resolver com pressa e a qualquer custo sem analisar as melhores opções.
Quando começamos a falar em “gás combustível”, vemos que o assunto é bastante extenso e, caso vocês tenham alguma dúvida, deixamos espaço em nosso site para que vocês possam entrar em contato conosco e tirar suas dúvidas.